Resistir e lutar em unidade <br>é a via para obter resultados

ORGANIZAÇÃO Na refinaria de Sines, no Lidl, na SPdH e na Metro Transportes do Sul os resultados alcançados pelos trabalhadores comprovam que vale a pena resistir e lutar por emprego, direitos e salários.

Os trabalhadores sabem que, sem a sua luta, a derrota é certa

Unidos e organizados nos seus sindicatos de classe, trabalhadores de diferentes sectores conseguiram nos últimos dias obter compromissos e decisões para salvaguarda dos seus interesses e direitos.
Ameaçados de despedimento a partir de amanhã, dia 2, num ciclo encurtado pelo consórcio que tinha à frente a EFATM, muitos dos 250 trabalhadores da manutenção da refinaria de Sines viajaram até Lisboa, na sexta-feira, dia 26, para manifestarem na sede da Petrogal e do Grupo Galp Energia o seu protesto contra a prática de subcontratação, numa área que requer trabalho permanente, e por emprego estável e com direitos.
A uma delegação do SITE Sul e dos trabalhadores, «os representantes da empresa comunicaram que esta irá interferir junto da Martifer (que vai substituir o consórcio encabeçado pela EFATM) para preservar os postos de trabalho», como se refere na notícia publicada na página electrónica da Fiequimetal/CGTP-IN.
Este protesto foi decidido em plenários promovidos pelo SITE Sul, junto à portaria da refinaria, nos dias 9 e 16 de Janeiro. O sindicato e os trabalhadores defenderam que «a rescisão antecipada do contrato das empresas empreiteiras com a Petrogal, por iniciativa daquelas, propicia uma ocasião para pôr termo a uma situação criada há três décadas e que, servindo para a petrolífera reduzir custos e aumentar lucros, tem mantido trabalhadores com vínculos precários a garantir a satisfação de uma necessidade permanente».
O compromisso assumido no dia 26 foi encarado positivamente pelo SITE Sul, que vai «acompanhar os próximos actos da Petrogal e da Martifer, para garantir que nenhum dos 250 trabalhadores será despedido». Mas «o alerta mantém-se e, perante um incumprimento, o sindicato analisará de imediato com os trabalhadores outras acções». Ao Governo foi também exigido «o acompanhamento atento deste caso, de forma a transpor para a acção as declarações oficiais sobre o combate à precariedade».
Dirigentes do sindicato, da federação e da União dos Sindicatos de Setúbal, que saudaram os trabalhadores durante a concentração, acusaram a Petrogal de promover a precariedade e o pagamento de salários baixos a trabalhadores altamente qualificados, que realizam tarefas que não são temporárias nem conjunturais e são indispensáveis para o normal funcionamento da refinaria todos os dias.
Insistiram na exigência de valorização dos salários e de estabilidade dos vínculos laborais e frisaram que, além de assegurar todos os actuais postos de trabalho, a Petrogal tem de acabar por reconhecer que estes trabalhadores são seus efectivos.

 

Despedidos para o quadro

Após intervenção do CESP/CGTP-IN, dois trabalhadores que tinham funções no entreposto do Lidl no Linhó (Sintra), contratados através da empresa de trabalho temporário EGOR, passaram aos quadros da cadeia de supermercados, revelou anteontem o sindicato.
A 19 de Dezembro, estes trabalhadores «tinham sido surpreendidos com uma carta de despedimento», acto que o CESP contestou como «uma mostra clara de represálias», por parte da EGOR, «pelo facto de os trabalhadores falarem nos plenários no entreposto do Linhó e por terem aderido à greve realizada no dia 18 de Novembro».

 

Greve valeu aumentos

Depois de marcada greve para ontem e hoje na Metro Transportes do Sul (o consórcio, liderado pelo Grupo Barraqueiro, a que está concessionado o Metro Sul do Tejo), reuniram-se representantes da administração e do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário.
O sindicato da Fectrans/CGTP-IN revelou na terça-feira, dia 30, que a empresa avançou com uma posição sobre a actualização dos salários que «não é o desejável, mas é fruto da luta», pois «antes da marcação da greve os trabalhadores não tinham qualquer garantia» de aumentos salariais. A MTS actualiza a tabela salarial em 1,5 por cento, com efeitos a 1 de Janeiro, contemplando ainda um acréscimo no abono de falhas e um «prémio de disponibilidade».
Após auscultação dos trabalhadores, o sindicato anulou a greve, ressalvando que «os motivos de luta não se esgotam aqui e, por isso, depois destes avanços, há que continuar a discutir e manter a mobilização», em especial pela negociação de um acordo de empresa.

 

Tudo cumprido no handling

Com a renovação do contrato entre a TAP e a SPdH (Groundforce), «cumpre-se agora na sua plenitude» o acordo sobre o sector do handling (assistência em terra a passageiros e bagagem) celebrado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos com o Governo, em 30 de Junho de 2016.
Ao anunciar este desfecho, num comunicado de 29 de Janeiro, o Sitava nota que a renovação por cinco anos (máximo legal) do contrato entre as duas empresas «permite também desbloquear o acordo de revisão salarial assinado em 31 de Outubro» e publicado no Boletim do Trabalho e Emprego também na passada segunda-feira.
«Conclui-se assim um ciclo que muitos julgavam impossível», realça o sindicato da Fectrans/CGTP-IN, que enaltece «todos aqueles que dão força ao projecto sindical» unitário e recorda os resultados: anulação do terceiro operador e consequente atribuição das licenças à SPdH; criação do Contrato Colectivo de Trabalho do handling e respectiva portaria de extensão; regulamentação (cumprimento do Decreto-Lei 275/99); renovação do contrato entre SPdH e TAP; acordo de revisão salarial, desbloqueando a contratação colectiva ao fim de 10 anos.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Ferroviários recusam <br>privatização da EMEF

MOBILIZAÇÃO No plenário de representantes dos trabalhadores que tem lugar hoje, no Entroncamento, vão ser decididas acções contra a anunciada privatização parcial da EMEF e por melhores salários.

Na rua dia 23 pelos CTT

«É necessário que no dia 23 de Fevereiro estejam na rua milhares de pessoas (trabalhadores e população)», pois «só assim poderemos contribuir decisivamente para reverter a privatização dos CTT», afirma-se no comunicado conjunto que quatro...

Mais tempo de creches favorece empresas

A propósito da intenção de custear o alargamento do horário de funcionamento das creches frequentadas por filhos de trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa, devido aos horários de laboração que a empresa quer impor, a CGTP-IN reafirmou a exigência de...

Plenários no Grupo Amorim

Para prestar esclarecimentos e definir linhas de acção sobre a intenção patronal de introduzir um horário de laboração contínua, o Sindicato da Cerâmica, Cimentos, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul convocou para...

Progressões abaixo do mínimo

Em sessões de esclarecimento, o Governo tem vindo a transmitir aos serviços da Administração Pública que, por efeito do descongelamento possibilitado no Orçamento do Estado de 2018, os trabalhadores que estão nas posições 1 e 2 da Tabela...

Protesto em Monção

Frente à Santa Casa da Misericórdia de Monção decorreu na segunda-feira, dia 29, ao final da manhã, uma acção de denúncia pública de «perseguição, assédio, pressão, incumprimento da lei e...

Greve na Seda Ibérica

Os trabalhadores da Seda Ibérica Embalagens, em Paço de Arcos, concluíram no dia 25 o quarto dia de greve, com elevada adesão, como nos dias 11, 12 e 18, voltando a provocar a paragem da produção. Em plenários, no dia 24, foi decidido fazer durante esta semana a...